Só cresce na vida quem sabe de onde vem, e já decidiu aonde quer chegar. E para medirmos a evolução do crescimento, é necessário um ponto de partida, uma referência, e um alvo.
Exceto àquilo que é prejudicial, ninguém pensa em diminuir ou regredir de patamar, sobretudo em áreas nas quais os benefícios com o crescimento são dados como certos: estudar, aprender, cuidar do corpo, da saúde, ser produtivo, ganhar dinheiro, ser feliz. Ninguém quer ser menos feliz do que já é, ou conseguiu ser um dia.
Não seria bem estranho se optássemos conscientemente por ter menos saúde, ter menos conhecimento, ou menos dinheiro do que tivemos ontem?
As pessoas querem crescer. É saudável crescer. Organizações desejam o crescimento. Empresas e governos se estruturam para crescer. Ainda que nem sempre consigam…
Mas no ambiente empresarial, embora também seja necessário e saudável alimentar a ambição pelo crescimento, fazê-lo sem considerar as devidas implicações, sem medir bem seus impactos pode custar muito caro aos colaboradores, às equipes, à própria empresa. Pode parecer irônico, até, já que o crescimento, como falamos no início, presume-se, deve ser algo bom. Mas já te explico melhor…
Há quase duas décadas negociando e implementando projetos para melhoraria do desempenho de equipes comerciais, venho acompanhando líderes e gestores empresariais que têm vivenciado o dilema do crescimento nas vendas: “o que é mais difícil, crescer ou manter-se grande?”.
E quando olhamos para o dilema do crescimento na empresa como um todo, as incertezas e complexidades ganham proporções bem maiores. Tal situação é brilhantemente definida pelos autores Chris Zook e James Allen como “o paradoxo do crescimento” (e aqui fica a minha dica de leitura para você). No livro A mentalidade do Fundador, os autores defendem que o crescimento traz complexidade, e a complexidade é (acredite) uma exterminadora silenciosa do crescimento. Que dureza; não?
Portanto, cuide bem das metas e ambições da sua equipe comercial se você for uma gestora, ou um líder de equipes. Se você for um empreendedor, ou empresária (não importa qual o porte da sua empresa – se micro, pequena, média ou grande), avalie detidamente os riscos, os impactos positivos e também os negativos que poderão ser trazidos pelo crescimento. Prepare-se para lidar com eles na medida do possível. E você já sairá na vantagem se estiver atento, atenta, às quatro dicas que eu deixo a seguir:
- Dê a devida importância aos recursos humanos, para que sejam bem preparados, treinados, e corretamente dimensionados em suas áreas;
- A infraestrutura tecnológica deve ser adequada ao porte e às demandas da sua equipe, do seu negócio. Atente-se para isso com inteligência e firmeza;
- Avalie sempre a complexidade com a qual estabelece seus processos, a fim de que possam ser bem concebidos, revisados quando necessário, e que possibilitem, de modo eficaz, toda a sua execução;
- Faça o correto uso das informações externas (aquelas que vêm do mercado), e as internas (as que são produzidas pela da atuação da sua equipe). Se mapeá-las do jeito certo, e fizer a leitura correta dos dados, encontrará novas oportunidades para explorar bem o seu potencial, para prevenir e corrigir eventuais falhas nos processos, e antecipar cenários indesejados, perigosos, nocivos ao negócio.
Por fim lembre-se sempre de onde você vem e aonde quer chegar. Faça o seu melhor. Prepare-se bem, com disciplina e entusiasmo; invista na preparação da sua equipe, e desfrute do merecido crescimento nas vendas e do seu negócio, quando ele chagar!